quarta-feira, 16 de abril de 2014

Acesso a Tecnologia



                            Acesso a Tecnologia








      




   Fonte: http://blogdomonta.blogspot.com.br/2013/04/uma-pesquisa-sobre-professores-do.html


 

A Educação e as novas tecnologias




  Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=XdY57PMsTsQ

terça-feira, 15 de abril de 2014

7 dicas para falar de internet segura na escola

7 dicas para falar de internet segura na escola 

 

A internet pode ser uma ferramenta útil para fazer pesquisas, estudar, jogar e até mesmo compartilhar informações. Mas, nem só de benefícios vive o universo on-line. O ambiente virtual também pode deixar os usuários expostos a uma série de riscos. Prova disso, são as recentes discussões sobre a necessidade de um Marco Civil da Internet – projeto de lei que institui princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede no país. E, que tal aproveitar esse momento para trazer o debate sobre o uso da internet com segurança para dentro da sala de aula?
Para a psicóloga Juliana Cunha, da SaferNet Brasil – associação sem fins lucrativos que promove a prevenção, educação, denúncia e orientação para o uso seguro da internet –, o debate sobre o Marco Civil é interessante para mostrar que é possível desenvolver direitos e deveres no ambiente on-line. Além disso, a discussão serve de gancho para incentivar o uso seguro da rede. “Conforme as crianças e os adolescentes começam a utilizar a internet de forma orientada, eles passam a responder melhor aos perigos e danos que estão expostos”, afirmou.

destillat / Fotolia.com7 dicas para o professor discutir segurança na internet


Para ela, muitas escolas ainda encaram o universo virtual como um mundo à parte. No entanto, ele está cada vez mais presente no cotidiano dos alunos. “É importante incluir essas discussões no ambiente escolar porque a internet está se tornando um dos principais espaços de convivência entre crianças e adolescentes”, explicou.
Com base no material de apoio para educadores, disponibilizado pela SaferNet Brasil, o Porvir separou 7 dicas para discutir o tema. Confira a lista:

1- Uso responsável da internet em HQs 
Com linguagem simples e descontraída, os quadrinhos apresentam uma série de histórias com temas cotidianos do universo on-line, como bate-papo, jogos, superexposição nas redes, golpes na internet e o vazamento de informações. A cartilha também traz desenhos com os dez princípios da governança e o uso da internet no Brasil que podem ser trabalhados em sala de aula.

2- Animação sobre crimes na internet, canais de denúncias e conteúdos impróprios
Nem tudo é legal na internet. Ela pode ser útil para estudar, jogar e se informar, mas também pode ser usada para fins criminosos. Com o apoio de algumas animações, o professor pode discutir temas como os crimes de internet, informações falsas, privacidade e o risco de postar fotos íntimas.

3- Debate sobre o impacto da internet na sociedade
Como a internet está mudando a sociedade? Essa pode ser uma questão interessante para o professor debater com os alunos em sala de aula. Para auxiliar na discussão, a ficha ‘A Internet, eu e a sociedade: o que está mudando?’ reúne quatro reportagens sobre o avanço da internet em diferentes épocas, que variam de 1981 até 2009. A partir da leitura dos textos é possível organizar um debate sobre os benefícios e perigos da rede.

4- Quiz sobre uso excessivo da internet
Em um quiz animado, os alunos respondem perguntas sobre a frequência que navegam na internet. No final, eles recebem uma mensagem sobre como estão se comportando nas redes e se isso tem prejudicado a sua interação com as atividades offline. Esses resultados podem ser um gancho para o educador discutir o uso excessivo da internet com os estudantes.

5- Infográfico com o perfil do jovem conectado 
Quem é o jovem que está ligado na rede? O infográfico mostra dados estatísticos sobre o perfil dos jovens que estão conectados. Entre as informações coletadas, ele apresenta o número de horas que eles passam na internet, a faixa etária, local de onde acessam e outros dados.

6- Videoaulas sobre uso ético da internet
As videoaulas discutem o uso responsável da internet. Divididas em três módulos, elas abordam (1) as transformações tecnológicas e novas formas de se relacionar, (2) as oportunidades e perigos do ciberespaço e (3) as questões relacionadas à sexualidade, como exposição íntima e o aliciamento de crianças e adolescentes.

7- Cartilha sobre bullying na rede
No ambiente on-line, as chamadas brincadeiras de mau gosto podem ganhar espaço e se propagar com velocidade. Para trabalhar essa questão, a cartilha ‘Bullying não é brincadeira’ traz exemplos, dicas e formas de prevenir essas situações, ajudando estabelecer princípios de uma cultura de paz na internet.
Ampliando a discussão
Como forma de apoio, a SaferNet Brasil disponibiliza um canal on-line que, das 13h às 19h, promove orientações em tempo real para professores que desejam compartilhar informações, ouvir dicas sobre como trabalhar os conteúdos em sala de aula e tirar dúvidas com psicólogos sobre formas de lidar com casos de cyberbullying, exposição dos alunos na internet, entre outros.
Os professores e as escolas que se interessarem mais pelo assunto também podem solicitar cursos, palestras e oficinas com temáticas envolvendo prevenção a violações contra direitos humanos na internet.


Fonte:  http://porvir.org/porfazer/7-dicas-para-falar-de-internet-segura-na-escola/20140411

Com as novas tecnologias, quem é o aprendiz: professor ou aluno?

Com as novas tecnologias, quem é o aprendiz: professor ou aluno?

Walter Alves Gazeta do Povo Walter Alves Gazeta do Povo
“O melhor que pode fazer um professor quando tenta fazer funcionar um aparato tecnológico e não consegue é pedir ajuda para um aluno. E reconhecer que nesse território os jovens são mais competentes simplesmente porque nasceram com a tecnologia instalada na sociedade e isso muda completamente a visão”. Li essa afirmação, de Emília Ferreiro, educadora argentina reconhecida internacionalmente por seus pensamentos e estudos, especialmente sobre alfabetização, em uma entrevista publicada no portal da Revista Educação. Quando passei meus olhos nesse trecho, retornei a leitura, pois é algo em que acredito e venho falando durante troca de ideias com profissionais da Educação, especialmente das áreas da Educomunicação e da Tecnologia Educacional.
Mas a afirmação é intrigante e levanta o questionamento. Professor e aluno podem trocar de papéis? Provocação essa, muitas vezes, não vista com bons olhos entre os docentes. Participo de um grupo de pesquisa com foco em Tecnologia e Educação. Nossa tarefa, em um dos encontros, era sugerir ações para que o uso das novas tecnologias ocorresse de forma efetiva dentro da escola. Levantei a hipótese de que o professor poderia aprender com o aluno a dominar a técnica das ferramentas tecnológicas, para então inseri-las em sua metodologia, em sua proposta pedagógica. No entanto, ainda existe uma barreira do professor, um receio com relação a “abrir mão do seu poder social”, exercido quando está à frente da turma, em pé, expondo o conhecimento detido. Seria medo de perder a sua autoridade? Quando expus essa hipótese, escutei um contra-argumento de um dos integrantes do grupo: “essa situação, do professor aprender com o aluno, precisa tomar cuidado, pois daqui a pouco o aluno estará sabendo mais que professor”. E qual é o problema do aluno saber mais que o professor no que diz respeito às novas tecnologias? Esse ponto não poderia ser um diferencial para envolver a turma em projetos em que a sua produção realmente faça sentido, transformando os alunos em protagonistas de suas ações? Veja aqui o exemplo de uma escola municipal do Rio de Janeiro, que criou um projeto de monitoria tecnológica. Mais de 30 alunos, do 2o ao 5o ano, são tutores dos colegas e dos professores, ajudando a criar blogs, perfis em redes sociais e grupos de discussão.
O contexto apresentado no vídeo traduz a discussão levantada com esse post, fazendo relação com outra afirmação de Emília Ferreiro, que resgata o momento de quando as novas tecnologias no universo educacional eram, além de novidades, assustadoras: “os alunos apaixonados pelas novas tecnologias e sem medo frente a elas e os professores com muito temor pedindo uma capacitação e não deixando serem ensinados pelos alunos. No espaço pessoal, essas mesmas professoras, quando tentavam usar o computador e não conseguiam, chamavam os filhos, os jovens. Mas no espaço escolar elas não podiam recorrer aos jovens porque perdiam a autoridade. Todavia, estamos em um momento em que os jovens são muito mais espertos que os adultos em relação às novas tecnologias e é natural que assim seja”.



Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/educacao-e-midia/com-as-novas-tecnologias-quem-e-o-aprendiz-professor-ou-aluno/

sexta-feira, 4 de abril de 2014


Os benefícios da educação na inclusão digital


Meu capítulo na íntegra do livro Software Livre e Inclusão Digital editado pela Conrad Editora de São Paulo/SP
Está mais que provada a relação entre educação de uma nação e sua independência, seja esta política, tecnológica ou social. O bem-estar da população está intimamente ligado ao seu nível cultural, não dependendo da geografia do país, de sua cultura, religião, parque industrial ou forma de governo. Exemplos não faltam no mundo mas pouco cabe aqui desfilá-los. Isso não quer dizer que devemos esquecê-los. Devemos sim, usar este pensamento como forma de questionar o nosso sistema atual e o que podemos fazer por ele e com ele, tendo como finalidade a preparação de nosso povo para os grande desafios que estão sendo apresentados diariamente.
É sabido que as distâncias entre os rendimentos de profissionais com e sem educação são enormes. Para piorar este quadro, as profissões de base, aquelas fundadas em sua maioria no trabalho braçal, estão desaparecendo num ritmo frenético devido a automação de tarefas ou ainda pela busca de mão-de-obra mais barata em países como Tailândia, Índia, Sri-Lanka, etc. De forma contrária, profissões nascem a cada dia e centenas de milhares de vagas ficam sem ser preenchidas devido a falta de profissionais com aptidões para desempenhar estas novas funções, em sua maioria, relacionadas a tecnologia. Então o desemprego não é uma questão de oportunidade laboral, mas sim de capacitação profissional do indivíduo.
Assim, existem duas opções para nosso quadro político-educacional-econômico atual: ou tornamo-nos um país “educado”, que propicia a população o conhecimento tecnológico necessário a inclusão do cidadão na sociedade atual, ou iremos servir novamente, como já ocorrido, de proletários para outras nações.
Mesmo estando na constituição brasileira como um direito social, a educação em nosso país mantém a décadas a cultura de que é algo caro e pouco rentável. Este pensamento coligado a interesses externos que desejam manter a população sobre um cabresto de ignorância e alienação, faz com que tenhamos uma massa de analfabetos sociais. Indivíduos que desconhecem seus direitos, seus deveres, seus valores, que não se empregam e que não geram riquezas para a coletividade, para o país. Complementando, aqueles que possuem o privilégio de freqüentar a escola, são preparados com currículos arcaicos e deficientes, os quais pouco contribuem para que deixe de ser um analfabeto social e que possa enfrentar os novos desafios a serem apresentados nos anos vindouros.
A inclusão digital
Nunca se falou tanto sobre inclusão digital quanto agora. Também há muito não se fala da educação como fator determinante de mudanças como nos últimos anos. O tema começa a interessar todos e não exclusivamente educadores e profissionais ligados, de uma forma ou de outra, a educação. Acredita-se que este despertar acontece principalmente pela disponibilidade da informação, advinda da tecnologia e da facilidade de obtenção desta.
Quando se fala em inclusão digital imagina-se logo aqueles “sem teto” tecnológicos; pessoas que não dispõem de computadores em suas residências ou locais de trabalho. O correto a pensar sobre o tema são os cidadãos que estão às margens da revolução hoje apresentada, moldada em bits e informação. Pessoas que não possuem acesso seletivo ao conhecimento fartamente existente e disponível gratuitamente (ou quase) dentro da Internet e de outras mídias. Certo seria dizer que estas pessoas são “excluídos de seleção”.
Hoje existe uma quantidade imensurável de informação, seja esta útil ou não. Somos bombardeados todos os dias em todas as mídias possíveis com informações de todas as áreas do conhecimento. A cada dia, um novo planeta é descoberto, uma nova técnica agrícola, uma nova vacina, um novo ancestral. Guerras iniciam-se e terminam, rebeliões e revoluções acontecem, enfim, estamos ligados vinte e quatro horas por dia no que acontece a nossa volta.
Mas somente “estar ligado” é discutível. Precisamos criar uma seletividade tão grande quanto a massa de informação recebida senão nosso papel continuará ser de coadjuvante nos acontecimentos do planeta.
Este é um dos desafios da inclusão digital. Somente inserir o indivíduo no mar de informação é pouco diante dos desafios apresentados. É necessário, principalmente, prepará-lo para ser seletivo e ter possibilidade de tirar o melhor proveito possível daquilo que recebe. Isto demanda muito mais que um computador ou uma conexão com qualquer provedor de informações, seja este a Internet ou até mesmo a televisão. Demanda a mudança de paradigmas na educação hoje existente e oferecida a todos nós brasileiros.
Voltando ao tema trabalho, em um estudo apresentado pelo Ph.d David D. Thornburg intitulado “2020 visões para o futuro da educação”, comenta-se que na virada do século (já passado), 60% dos empregos existentes vão requerer habilidades dominadas por somente 20% da mão-de-obra existente. Este fenômeno existe devido as necessidades específicas de proficiência em tecnologia e principalmente porque a educação não está preparada para abraçar as novas cadeiras de conhecimento que nasceram nas últimas décadas, tão velozmente quanto a lei de Moore.
Um quadro por demais estarrecedor. De um lado o grande número de vagas a serem preenchidas sem sucesso e, de outro, uma grande massa de pessoas necessitadas que não podem se candidatar a estas vagas devido a falta de instrução para conduzir determinadas tarefas, em sua maioria, relacionadas aos bits.
Então a inclusão digital como apresentada é errônea? utópica? De forma nenhuma. É preciso pensar nas várias opções existentes, nos vários caminhos, com a finalidade de fornecer aos cidadãos aptidões que atendam novas necessidades, não somente de educação mas principalmente de trabalho.
O software livre como ferramenta de inclusão
Paralelamente ao nascimento da Internet, ocorreu o verdadeiro debute do software livre. Puristas podem questionar esta informação afirmando que as idéias iniciais nasceram em meados da década de 80 com a criação da FSF – Free Software Foundation, dirigida por Richard Stallman, um ativista da idéia do software livre em todo o mundo. Mas sem a existência da Internet imagina-se que este não seria tão conhecido com é hoje e não teria 1% da sua força atual, gerada principalmente pela criação do sistema operacional Linux.
Além de politicamente correto, pois permite seu uso e distribuição sem a necessidade de licença ou autorização, o software livre traz no bojo três interessantes características; a condição de instigar o conhecimento do indivíduo baseado na necessidade daquele que o usa de “pensar” e não somente “apertar”, a redução de custos em níveis baixíssimos, facilitando assim a adoção do mesmo em comunidades que nunca poderiam pensar em ter uma ferramenta de qualidade e finalmente, a mais interessante das características, o senso de comunidade propiciado. Aquilo que é desenvolvido isoladamente ou em grupo, deve ser distribuído à toda a comunidade para que esta possa aproveitar o conhecimento adquirido. Isto faz com que o cidadão sinta-se parte de um conjunto e não somente coadjuvante de uma grande peça regida por duas ou três empresas.
Todas estas características vem de encontro com as necessidades de nações como a nossa que conhecem a urgência da inclusão do cidadão na revolução digital, que possuem um senso forte de coletividade mas não dispõem de recursos abundantes.
A educação e o software livre
Sabendo-se que uma das poucas formas (ou a única) de crescimento real do cidadão é a educação, pode-se usar o software livre com um papel fundamental neste processo, propiciando vários facilitadores para que todos sejam incluídos no cenário educacional e profissional atual e futuro.
O grande desafio é saber usá-lo. Iniciativas devem existir por parte de todos com a finalidade principal de modificar as atuais grades curriculares, dando-as mecanismos flexíveis para a adoção de novas tecnologias como o software livre e suas disciplinas correlatas. Sem esta premissa, pouco se pode fazer para aproveitar todo o potencial dele e cairemos no status-quo da educação de uma geração de “apertadores de teclas”.
O software livre, por suas características, é muito mais que isso. Ele deve ser explorado a fim de apresentar como as coisas ocorrem e não somente como programar para que ocorram. Isto não é referido somente a questão técnica, mas também a questão social, onde cada um aprende a contribuir para o coletivo, mediante suas descobertas, seu aprendizado, seus erros, seus acertos. Forma-se profissionais com aptidões e também caráter.
Muitos queixam-se ou usam como argumento as dificuldades de aprendizado para a não-adoção do software livre. É o mesmo que usar como argumento uma pessoa não guiar no Reino Unido, pois a localização dos pedais e das mãos de direção são diferentes da nossa. Resumindo, um argumento casto e pouco válido para algo tão grandioso. Dificuldades existem para todos e em tudo. A real diferença é enfrentá-las e passar adiante. Até mesmo neste ponto o software livre leva vantagem: ensina que desafios existem para que possam ser superados.
O que pode ser feito
Existem várias ações que podem ser adotadas para a união coesa da educação com o software livre que proporcionem a todos o avanço esperado. Dentre elas, principalmente a mudança imediata nas formas de avaliar e aplicar conhecimentos de estudantes em todos os níveis e a colaboração de vários segmentos da sociedade, norteados a criar pensadores e não braçais.
O primeiro ponto é de suma importância para dar aos educadores condições de incluir novas disciplinas e conhecimentos nos atuais currículos. Precisa-se mudar o que existe internamente numa velocidade maior do apresentado externamente. Preparar o estudante de hoje para trabalhar com tecnologias ultrapassadas é jogar pela janela não somente recursos, mas um tempo precioso que poderia ser usado com outra finalidade. Como disse Jack Welch “se a taxa de mudanças dentro de uma instituição for menor do que a taxa das ocorridas fora da mesma, o fim está a vista”.
O segundo ponto contempla todos os níveis e áreas da sociedade. É preciso que prefeituras absorvam e reconheçam a necessidade de proporcionar o conhecimento à todos, que companhias telefônicas disponibilizem acesso à Internet e outros provedores de informação, que produtores de hardware forneçam equipamentos subsidiados e que a comunidade de software livre participe ativamente de todo o processo, auxiliando na implementação e disponibilização de conteúdo e conhecimento a todos que necessitarem.
Exemplo dessas ações são os denominados Telecentros de São Paulo/SP. Locais espalhados pela cidade, muitas vezes em regiões pobres, onde o cidadão comum tem contato com computadores conectados à Internet e baseados em software livre, que podem ser usados para a obtenção de informação e conhecimento, sendo ciceroneado por pessoas ou monitores que explicam e auxiliam em todos os passos. De longe é um projeto faraônico ou engessado. Conta com a dinâmica do software livre, com o apoio irrestrito da prefeitura e com o interesse despertado nos usuários para ir adiante em suas descobertas.
Também deve-se destacar outra iniciativa. A Rede Escolar Livre, do governo do Rio Grande do Sul. Baseada totalmente em software livre, ela permite que estudantes, educadores, professores, funcionários e todos aqueles ligados a educação tenham acesso ao mundo da tecnologia e da informação digital, em qualquer parte, a qualquer tempo. Como exemplo de integração de vários segmentos, esta iniciativa conta com o apoio da companhia telefônica estadual que fornece canais de conexão para as escolas e várias empresas do segmento de hardware que doaram equipamentos para que o projeto fosse levado adiante.
Além destas, espalham-se por todo o país, iniciativas educacionais de utilização do software livre como ferramenta principal para oferecer conhecimento a centenas de pessoas. Faculdades, colégios de ensino médio e básico, prefeituras, ONG’s e outras empresas e instituições aprovam e utilizam-o nas mais diversas aplicações, oferecendo assim o conhecimento necessário hoje para a inclusão digital do indivíduo amanhã.
Conclusões
Lembrando-me de um adesivo no carro de minha mãe (professora) que dizia: “sem professor o país pára”, vou mais além. Sem educação atualizada e voltada a revolução da informação e do conhecimento, a sociedade e todo nosso país para. Não somente de professores e alunos se faz a educação, mas também de métodos e aproveitamento de oportunidades. Nunca em toda nossa existência foi tão fácil obter informação. Em contrapartida, nunca foi tão difícil fazer com que milhares de pessoas compartilhem a informação e os dividendos dela. É preciso rapidamente aproveitar o desejo de mudanças de nosso povo para educarmos a todos em tecnologia. Desta forma poderemos dar as gerações futuras condições de reconhecerem aquilo que é bom e aquilo que não é para si mesmos e formas de participar na sociedade, não somente como um gerador de impostos, mas principalmente como um crítico construtivo de nosso país. Para isso, o software livre é, sem sombra de dúvidas, a pavimentação da estrada que nos levará a atingir este objetivo muito em breve.



Fonte:  http://www.michelazzo.com.br/textos/os-beneficios-da-educacao-na-inclusao-digital

Educar não é cortar as asas, e sim orientar o voo.

 









http://www.frasesnofacebook.com.br/frases-para-facebook/educar-nao-e-cortar-as-asas-1775/

quinta-feira, 3 de abril de 2014

E se todo dinheiro da Copa fosse investido em educação pública?

Blog - Daniel Cara
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Dinheiro da Copa em educação

E se todo dinheiro da Copa fosse investido em educação pública?


Estima-se que a Copa do Mundo de 2014 custará R$ 28 bilhões. Tomando o estudo do CAQi (Custo Aluno-Qualidade Inicial) como referência, com R$ 25,277 bilhões daria para construir unidades escolares para todos os 3,7 milhões de brasileiros de 4 a 17 anos que estão fora da escola.


Daniel Cara

São Paulo, 20 de junho de 2013.

Um dos motivos da justa onda de protestos que toma o Brasil é o alto custo da Copa do Mundo de 2014.

Estive a trabalho na África do Sul no período da Copa das Confederações (2009) e da Copa do Mundo (2010). É bom que todos os brasileiros tenham ciência: em qualquer lugar do mundo, os eventos FIFA são demasiadamente onerosos e elitizados. Contudo, no Brasil a situação está mais grave.

Ontem (19/6), o jornalista Jamil Chade, do grupo Estado, informou que em abril o governo estimava que a Copa do Mundo de 2014 custaria de R$ 25,5 bilhões. Anteontem (18/6), o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luis Fernandes, anunciou que a Copa deverá custar R$ 28 bilhões.

Em comparação com outros Mundiais, o evento no Brasil é o mais dispendioso. Em 2006, a Alemanha gastou na 3,7 bilhões de euros para sediar a Copa, cerca de R$ 10,7 bilhões. Em 2002, Japão e Coreia, gastaram juntos US$ 4,7 bilhões, cerca de R$ 10,1 bilhões. Na África do Sul, em 2010, o custo do evento foi de US$ 3,5 bilhões, perto de R$ 7,3 bilhões. Conclusão: a Copa do Mundo de 2014 será a mais cara da história.

E é um acordo estranho. O Brasil paga a conta, mas é a FIFA quem lucra. Segundo seus próprios dados, a "entidade máxima do futebol" estimava, em 2011, que gastaria US$ 3,2 bilhões para organizar o Mundial, obtendo uma receita de US$ 3,6 bilhões. Mas Jerome Valcke, o mal humorado secretário-geral da FIFA, admitiu que a renda irá superar a marca de US$ 4 bilhões, dobrando o lucro da entidade com o evento.

Com base nessas informações, realizei um rápido exercício de cálculo. Fui estimulado pela imagem de um cartaz que figurou nos protestos de São Paulo, altamente compartilhada nas redes sociais. O texto dizia: "Eu quero escolas e hospitais 'padrão FIFA'".

Aviso, logo de cara, que tal como ocorre com os estádios de futebol, o chamado padrão FIFA é um luxo desnecessário. Portanto, como referência, vou tomar o único instrumento brasileiro capaz de contabilizar o custo de construção, equipagem e manutenção de escolas dedicadas à relação de ensino-aprendizagem. O mecanismo é de autoria da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e se chama CAQi (Custo Aluno-Qualidade Inicial).

Fiz o seguinte exercício: o que os R$ 28 bilhões que serão gastos com a Copa do Mundo de 2014 fariam pela educação pública?

Como parâmetro de demanda, tomei como base o dado do relatório brasileiro "Todas as crianças na escola em 2015 - Iniciativa global pelas crianças fora da escola", produzido pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e, novamente, pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. A principal conclusão do documento é que 3,7 milhões de crianças e adolescentes brasileiros, de 4 a 17 anos, estão fora da escola. No entanto, segundo a Emenda à Constituição 59/2009, todos os cidadãos dessa faixa-etária devem estar obrigatoriamente matriculados até 2016.

Assim, o primeiro desafio é o de dimensionar o volume de pré-escolas e escolas que precisam ser construídas. Operando os cálculos, faltam 5.917 estabelecimentos de pré-escolas, 782 escolas para os anos iniciais do ensino fundamental, 593 escolas para os anos finais e 1.711 unidades escolares de ensino médio. Em segundo lugar, é preciso dimensionar os custos de construção e aquisição de equipamentos. Para os 5.917 prédios de pré-escola são necessários R$ 15,047 bilhões. No caso das unidades de ensino fundamental, o custo seria de R$ 1,846 bilhão para os anos iniciais e 1,769 bilhão para os anos finais. Por último, para construir e equipar as escolas de ensino médio, o investimento seria de R$ 6,615 bilhões.

Tudo somado, o Brasil deve aplicar R$ 25,277 bilhões para construir e equipar pré-escolas e escolas capazes de matricular todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos até 2016. Ainda assim, subtraindo esse montante dos R$ 28 bilhões que devem ser despendidos com a Copa, sobram R$ 2,721 bilhões. É um bom recurso!

Obviamente, esse cálculo trata apenas do investimento em construção e aquisição de equipamentos, com base em um padrão mínimo de qualidade mensurado no CAQi. Não estão sendo considerados, por exemplo, a imprescindível construção de creches, instituições de ensino técnico profissionalizante e de ensino superior. Muito menos estão sendo contabilizados custos essenciais para a manutenção das matrículas com qualidade, como salários condignos para os professores e demais profissionais da educação, custos com uma boa formação inicial e continuada para o magistério, além de uma política de carreira atraente. Como é de conhecimento geral, se tudo isso fosse considerado, tomando outros fatores do CAQi como referência, além de outros instrumentos, o Brasil precisaria investir, em 10 anos, cerca de R$ 440 bilhões em educação pública, ou o equivalente a 10% do seu PIB (Produto Interno Bruto) de 2012.

Hoje investe, conforme dados oficiais, cerca de R$ 233,2 bilhões.

Portanto, o exercício apresentado aqui serve basicamente para estimular uma reflexão: o orçamento público deveria obedecer a uma lógica de prioridade. Por mais que o povo brasileiro ame o futebol, os manifestantes têm declarado que preferem educação pública, saúde pública e transporte público de qualidade. A FIFA tem dito que a Copa de 2014 será um festa, a nossa festa. Se for verdade, será uma comemoração indigesta, pois já estamos sendo obrigados a engolir regras, padrões e ingressos caros e para poucos. E pior: todos os contribuintes brasileiros pagarão a conta.

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/blog-daniel/e-se-todo-dinheiro-da-copa-do-mundo-de-2014-291203-1.asp